quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Celebrare


No último final de semana, fui - com marido, filhos, babá, mãe, avó, cachorro e papagaio - para Mariscal, no litoral catarinense, para o casamento de uma prima. Após um bom tempo sem casamentos na agenda, a Caru (minha prima) resolveu casar-se com o Dadão (amigo de longa data meu e do Nemo).
Filha de mãe elegante, pai bacana etc e tal, eu não esperava que fosse diferente: o casamento foi na medida com tudo de bom, de lindo, de charmoso que uma festa dessas pode ter. Mas, o mais bacana de tudo foi a cerimônia, em si. Por incrível que pareça, não havia um cerimonial, ou roteiro pré-definido. A Caru queria casar-se ao pôr do sol. O Dado não queria protocolo. E assim foi.
Para que os convivas se sentissem num casório, fez-se um altar à beiramar, foi escolhido um caminho para que os noivos entrassem e seguiu-se a regra noivo/mãe, padrinhos e noiva/pai.
Mas, o surpreendente foi que após entradas, músicas de qualidade e todo mundo em volta, os irmãos, primos e amigos próximos pegaram o microfone e conduziram a cerimônia. Mais bonita do que qualquer outra que já vi. Encerrada por um beijo dos noivos, mas interrompida muitas vezes por salvas de palmas dos presentes. Isso sim, uma verdadeira celebração. Mais genuína e elegante, impossível!
Como é bom viver de verdade...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Ser moderno

Moderna é a Néia, costureira e quebra-galho da minha irmã. A Néia resolve mil pepinos de última hora, aceita trabalho no feriado, no sábado à noite, dá um jeito naquilo que a gente não consegue achar solução. Mas, mais do que tudo, mostrou na sua simplicidade óbvia – comumente encontrada nos seres inteligentes – que é muito moderna.
Pois, a Cris minha irmã chega na casa da Néia, ali nos arrabaldes do Parque Barigui e de Santa Felicidade, com uma demanda básica de costura para entregar no portão. Passa por elas um rapaz bonito, de moto, com seus vinte e poucos anos e dá um beijo na bochecha na Néia e adentra na garagem.
“É teu filho?”, pergunta, curiosa, já emendando um “que gato!”, na sequência do papo. Sem perder o fio da conversa a Néia comenta que todos os organizadores de eventos e parceiros gays da minha irmã também acham o mesmo. “São loucos por ele”, diz. A que a Cris questiona já decepcionada: “Mas, ele é gay?”. Tranquila e moderna a Néia nega com um menear de cabeça. “Que nada! Não quer nem saber dos moços.”.
E depois a gente pensa que é moderno?! Moderna é a Néia!