terça-feira, 2 de novembro de 2010

Ser moderno

Moderna é a Néia, costureira e quebra-galho da minha irmã. A Néia resolve mil pepinos de última hora, aceita trabalho no feriado, no sábado à noite, dá um jeito naquilo que a gente não consegue achar solução. Mas, mais do que tudo, mostrou na sua simplicidade óbvia – comumente encontrada nos seres inteligentes – que é muito moderna.
Pois, a Cris minha irmã chega na casa da Néia, ali nos arrabaldes do Parque Barigui e de Santa Felicidade, com uma demanda básica de costura para entregar no portão. Passa por elas um rapaz bonito, de moto, com seus vinte e poucos anos e dá um beijo na bochecha na Néia e adentra na garagem.
“É teu filho?”, pergunta, curiosa, já emendando um “que gato!”, na sequência do papo. Sem perder o fio da conversa a Néia comenta que todos os organizadores de eventos e parceiros gays da minha irmã também acham o mesmo. “São loucos por ele”, diz. A que a Cris questiona já decepcionada: “Mas, ele é gay?”. Tranquila e moderna a Néia nega com um menear de cabeça. “Que nada! Não quer nem saber dos moços.”.
E depois a gente pensa que é moderno?! Moderna é a Néia!

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